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  • Foto do escritorLuiz Carlos da Silva

Diante da dor dos outros



Somos expostos, a todo momento, às imagens que retratam os horrores da vida moderna. Nas mídias sociais, na televisão, na internet, estão presentes cenas de miséria e violência acontecendo em todos os lugares.


Estas cenas estão muito próximas, mesmo que não percebamos. Estão nas esquinas do nosso bairro, na rua do nosso trabalho e até mesmo dentro da nossa casa. Estando tão próximas, por que não mais nos sensibilizamos? Sofremos de uma anemia emocional? Estamos tão desorientados e insensíveis a ponto de não sentirmos a dor do outro? É a banalidade do mal ?

Susan Sontag (1933-2004), famosa escritora e crítica social, autora de livros, peças de teatro e contos, faz uma reflexão através do livro “Diante da dor dos outros”, sobre a arte da fotografia, das imagens e sobre nossa reação diante da desgraça do sofrimento.


A autora aborda o sofrimento humano, refletindo sobre a possibilidade de as imagens provocarem medo, violência, culpa ou apatia, retratando a história da dor , segundo as fotografias de cenas de guerra. Ela nos oferece vários caminhos para nos prender ao tema, das pinturas de Goya, passando por imagens referentes à primeira Guerra Mundial, Campos de concentração e pelo atentando contra as Torres do World Trade Center.


O texto nos permite refletir sobre o papel da fotografia, do fotógrafo, das imagens, enfim, temos vários ângulos à disposição, mas o que realmente importa é a oportunidade de refletirmos sobre nossa insensibilidade atual.


Imagens de dor estão em contato conosco a todo instante. Será que estão nos mobilizando? A exposição incessante de imagens de miséria, violência e de dor tem produzido em nossa consciência , uma sensação de que tudo é normal e distante. Porém nossa insensibilidade atingiu um grau tão elevado que já estamos insensíveis com aqueles que nos são muito próximos.


Temos sentido, percebido a dor dos nossos filhos, companheiros ou amigos? A nossa indiferença, a nossa anemia emocional, está presente em relação aos “outros”. Os “outros”, agora, já são aqueles que estão podem estar convivendo ao nosso lado. Ou será que eles se tornaram estranhos? Retomando o livro anterior, citado neste blog, será que estamos diante de mais uma nova doença da alma?


A nossa indiferença é pessoal e até institucional. As instituições , atualmente, são organizadas para excluírem de nossa percepção, a sensibilidade e a dor. Nosso olhar está mutilado, vê, mas não enxerga, não mais está conectado com a área das emoções.


Recomendo a leitura desta obra de arte, ela provocará seus sentidos e emoções; vários questionamentos, da estética à barbárie atual vão emergir para a sua reflexão.

“Diante da dor dos outros”, nos deixa inquieto ao trazer a nossa consciência o poder das imagens e de como reagimos ou não a este contato.



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